A Fazenda de Santa Gertrudes, na estação - "Santa Gertrudes" - da linha férrea da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviaes, pertencente ao município e comarca de S. João do Rio claro, n' este Estado de S. Paulo.

Houve ao seu primeiro proprietário e fundador Tenente Coronel Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, depois Barão de S. João do Rio Claro, por herança de seus paes o Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão e Dona Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda.

Compõe-se a mesma fazenda, de terras da antiga sesmaria - "Morro Azul"- adquirida por compra feita à 18 de junho de 1821, pelo mesmo Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão do Tenente Joaquim Galvão de França e sua mulher Dona Maria Dias Leite e filho João Galvão de França (doc.), sesmaria essa medida e demarcada a 21 de outubro de 1817 (doc.).

Terreiro de Café - Início século XX.Foram essas terras annexadas às do Sítio e Engenho sob a antiga denominação de - Laranja Azeda- acquisição feita pela referida Dona Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda, de Antonio Goes Maciel e sua mulher Dona Anna da Rocha Camargo à 20 de fevereiro de 1841 (doc.), venda a estes feita pelo major Marcelino de Godoy Bueno, e que houve o dito Tenente Coronel Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, depois Barão de S. João do Rio Claro, pela herança de sua mãe a mesma Dona Gertrudes Galvão de      Oliveira Lacerda, conforme certidão de inventário d' esta, julgado à 14 de setembro de 1862 (doc.).

 

Terreiro de Café - Início século XX. 

Dividia a mesma fazenda, com terras da - "Fazenda S. Joaquim" - pertencente então ao Major Marcelino de Godoy Bueno, conforme escriptura publica de divisas passada à 9 de janeiro de 1865, entre este, sua mulher Dona Maria Custodia de Camargo, e o Barão e a Baroneza de S. João do Rio Claro (doc.) com a Fazenda Ibicaba pertencente então ao Commendador José Vergueiro (doc.) com a Fazenda -"Morro Azul"- pertencente então à Silverio Rodrigues Jordão Pae com a fazenda -"Palmeiras"- pertencente então a João Bueno de Athayde e sua mulher Dona Anna Candida Rodrigues (doc.) e com as fazendas -"Itaúna"- e -"Faxina"- de propriedade dos Snrs. Negreiros e Irmãos (doc.).

Falecendo a 31 de agosto de 1873, o Barão de S. João do Rio Claro, sem filhos, sua viúva a Baroneza do mesmo título Dona Maria Hyppolita dos Santos Silva, ficou de posse da referida fazenda.

Casando-se ela depois em segundas núpcias com o Barão de Tres Rios, depois Visconde, Conde e Marquez do mesmo título, adquiriu esta por compra feita à 20 de fevereiro de 1880 do Coronel Silvério Rodrigues Jordão e sua mulher Dona Maria Benedicta Jordão uma parte de terras de culturas da fazenda "Morro Azul" contíguas à mesma - "Fazenda de Santa Gertrudes"- e a ella annexadas; bem como por compra feita a 21 de agosto de 1890 de Candido da Rocha Campos (doc.) o Sitio sob a denominação de "Barreiro" contíguas à mesma fazenda que a ella foi também annexado como as terras contíguas tambem, que o mesmo Marquez arrematou em hasta publica á 28 de outubro de 1890, em execussão movida por João Baptista de Souza Freire e Benedicto de Almeida e outros contra Manoel Barbosa Guimarães (doc.).

Pelo falecimento do Marquez de Tres Rios, a 19 de maio de 1893, no seu inventario á que procedeu-se, foi levada a referida fazenda á meação de sua viúva a marqueza.

Falecendo à 19 de outubro de 1894, a mesma Marqueza de Tres Rios: Eduardo Prates, seu sucessor e herdeiro universal, por cabeça de sua mulher Dona Antonia dos Santos Silva Prates, tomou posse da referida fazenda, conforme o inventario á que precedeu pelo juízo dos feitos da fazenda do estado, e avaliada a mesma fazenda á 6 de junho de 1895, e fazendo-a depois medir, certificou-se que a sua superfície total de 866 alqueires, ou 2,095 hectares = 20.957.750 metros quadrados.

Pelo falecimento do Marquez de Tres Rios, a 19 de maio de 1893, no seu inventario á que procedeu-se, foi levada a referida fazenda á meação de sua viúva a marqueza.

Falecendo à 19 de outubro de 1894, a mesma Marqueza de Tres Rios: Eduardo Prates, seu sucessor e herdeiro universal, por cabeça de sua mulher Dona Antonia dos Santos Silva Prates, tomou posse da referida fazenda, conforme o inventario á que precedeu pelo juízo dos feitos da fazenda do estado, e avaliada a mesma fazenda á 6 de junho de 1895, e fazendo-a depois medir, certificou-se que a sua superfície total de 866 alqueires, ou 2,095 hectares = 20.957.750 metros quadrados.

Posteriormente o referido Eduardo Prates, adquiriu por compra feita à José Ferraz de Sampaio Junior, á 17 de junho de 1897, uma parte de terras de pastagens contíguas e que annexou as da mesma fazenda (doc.) bem como adquiriu mais outras sortes de terras no mesmo municipio e comarca, pela venda que fez-lhe Dona Olimpia de Almeida Camargo á 30 de julho de 1897 (doc.), e Zacharias de Godoy Bueno e sua mulher Dona Cecilia Maria Joaquina, á 23 de julho de 1898 (doc.) e á 26 de janeiro de 1899 por Dona Anna de Almeida Rocha, viúva e Sucessora de João Evangelista de Almeida Campos.

Actualmente divide a mesma fazenda com a Fazenda "Ibicaba" de propriedade hoje de José Levy; com a Fazenda "Morro Azul" - hoje de propriedade do Dr. Francisco Rodrigues Jordão, com a Fazenda "Morro Alto" - de propriedade do mesmo; com a Fazenda "Palmeiras" do Sr. Clodomiro Franco de Andrade; com as Fazendas: "Itaúna" e "Faxina"- dos Snrs. Negreiros e Irmão; com a linha Férrea da Companhia Paulista de Vias Ferreas e Fluviaes; e com terrenos de partes Amancio de Godoy Bueno, João Evangelista de Almeida e outros.

S. Paulo, 15 de agosto de 1898

Eduardo Prates

(Obs. O texto acima foi mantido no original)