Hydrochoerus hydrochoeris

É muito comum a presença de capivaras no lago em frente à Casa Sede da Fazenda Santa Gertrudes, não podemos dizer que sejam os animais mais à vontade com nossa presença, geralmente quando vêem pessoas se atiram na água e fogem, porém, às vezes parecem não se importar muito e ficam bem à vontade tomando sol ou comendo.

Abaixo algumas fotos tiradas aqui mesmo e um pouco de informação sobre esse animal bastante típico não só da nossa região mas também de uma grande parte da América do Sul.

A capivara é conhecida por esse nome no Brasil e Paraguai, recebe os nomes de Carpincho na Argentina, Chiguiro na Colômbia, Chiguire na Venezuela e Capybara em Inglês. Vive em florestas úmidas e secas, pastagens próximas à água e pode ser encontrada desde o norte da Argentina até o Panamá. É um mamífero, o maior roedor do mundo, típico da América do Sul, silvestre, de caça. Mas sabe-se que foi criado desde tempos imemoriais como bicho de estimação por antigas tribos indígenas. Seu nome em tupi-guarani, significa "comedor de capim". Seus predadores naturais são as onças, os jacarés e as piranhas.

Seus incisivos são gigantescos e medem, cada um, mais de 1 cm de largura, na superfície cortante. Os incisivos crescem sem parar e podem medir até 7 cm se não forem desgastados, coisa que a capivara consegue mordiscando pedras e troncos de árvore. Tem uma pelagem escassa, grosseira e acastanhada com reflexos escuros e avermelhados. Tem quatro dedos nas patas dianteiras e três nas traseiras, dedos unidos por uma membrana, o que faz dela uma ótima nadadora. Olhos, orelhas e narinas em linha: quando nada, a capivara mantém apenas essa parte da cabeça acima da flor d'água. Possui muito fôlego e é capaz de ficar sem respirar por 5 minutos ou mais.

Ao nascer pesa já cerca de 2kg e pode chegar até 60 kg, porém em cativeiro, este peso pode ser bem maior . Atinge um comprimento de 1 a 1,30 m de comprimento e 0,50m de altura quando adulto.Vive em manadas e tem hábitos noturnos. De manhã descansa na sombra, à tarde gosta de nadar e à noite sai para alimentar-se. O grupo anda sempre em trilhas fixas, caminhando em fila, um com a cabeça sobre a anca do outro. Parada, adota um postura incomum entre os mamíferos: fica sentada, como o cão. Em terra é lenta, por isso, nunca se afasta dos rios ou lagos, onde convive bem com bois, cavalos ou mesmo jacarés (perigosos para os filhotes).

A capivara se alimenta quase exclusivamente de capinas e prefere grama curta, porque seus dentes permitem cortar folhas e talos bem rentes ao solo. Na água, gosta de mergulhar e comer algas que crescem nas pedras. Sempre que seu habitat natural sofre alguma alteração, costuma também invadir plantações, principalmente milharais e canaviais. Não se aventura, porém, a afastar-se por mais de 3 km do habitat.

É muito difícil à primeira vista, diferenciar os machos das fêmeas, porque todos têm os órgãos genitais bem próximos do ânus, e encobertos, formando uma espécie de cloaca, semelhante ao coelho. É mais fácil perceber a diferença pelo calombo que o macho tem entre o focinho e a testa, uma glândula de odor forte e característico que ele esfrega nas fêmeas conquistadas, nos filhotes e nas árvores, para marcar seu território.

A fêmea, geralmente, dá duas crias por ano, com a média de quatro filhotes em cada (varia de 1 a 8 filhotes). Na época do acasalamento, a capivara prefere namorar em águas não muito profundas. E o macho chega a cobrir as fêmeas quinze vezes seguidas, em menos de cinco minutos. Embora a reprodução aconteça o ano todo, há maior concentração de fêmeas prenhes nos primeiros meses da estação chuvosas. As manadas, geralmente de trinta animais - quando vivem em liberdade -, são compostas por adultos e filhotes de ambos os sexos. Mas sempre existe um macho que domina a tropa e conquista as fêmeas. Os demais podem tornar-se submissos e chegam até a ajudar na criação.

As fêmeas são dóceis companheiras e ótimas mães, fazem o ninho apenas perto do momento de parir, quando buscam um local isolado e abrigado, onde possam juntar umas capinas e folhas secas. Dão de mamar de pé, com seus cinco pares de tetas. Nos grupos, amamentam, sem nenhum problema, os filhos de outras mães, que podem ser ou não parentes. Em estado selvagem, assim que os filhotes nascem, a fêmea procura manter distância dos machos. Eles costumam ficar agressivos com os recém-nascidos, podem até matá-los. Os filhotes, em liberdade, mamam até os quatro meses de idade e, durante esse tempo, seguirão a mãe por toda parte, sempre em fila indiana.

Os filhotes nascem de olhos abertos, pêlos formados, a dentição completa. Espertos, em três dias já se alimentam de forrageiras e acompanham os pais no descanso e nos passeios. Querem nadar logo na primeira semana de vida, mas a mãe só permite se a água não for funda. Mamam noventa dias e se tornam independentes, podem até formar novas manadas. Nas criações costuma-se desmamar com 60 dias para que a mãe acasale novamente. As fêmeas, muito cuidadosas, ensinam a descobrir novos alimentos, a nadar e até a vencer obstáculos. E os filhotes prestam muita atenção. Se algum, por acaso, se perder do grupo, pede logo socorro, com gritos fortes e agudos, ouvidos de longe.